domingo, 27 de dezembro de 2009

MAIS POESIAS DE MIGUEZIM DE PRINCESA

I

O ano está se findando:

Brasileiros à exaustão;

Cuecas e meias repletas,

Sem saber da prestação,

E o Congresso parado,

Sem vida, anestesiado,

Carente de vibração.

II

É demais o paradeiro

Quando chega o fim de ano:

Haja recesso sagrado

Em tanto intento profano,

A tara brasiliana

Deita nua em uma cabana

E a rua coberta de pano.

III

Na solidão do Planalto,

Uma nova contemplação:

Quem é bom se chame certo;

Quem conteste tenha razão

E a musa da alegria

Venha declamar poesia

No meio da multidão.

IV

O poder mais democrático

É o Congresso Nacional,

Composto por deputados

(A opinião geral)

E também por senadores,

Vetustos e velhos senhores

Do poder estadual.

V

Pois espalham congressistas

O seu poder garanhão:

A abundância de moças

Se vendendo à prestação,

Dia e noite, noite e dia,

Uma dose de orgia

Amplifica a ilusão.

VI

Minha amiga Jane Mary

Me disse no Sudoeste

Que ela só gosta mesmo

De homens lá do Nordeste,

Pois, na hora da furunfa,

Eles dão muita bufunfa

Porque são cabras da peste.

VII

Enquanto seu senador

Alega que é garanhão

E o deputado do povo

Afirma que é gostosão,

Falando em sentido inverso,

O raio X do Congresso

Mostra outra dimensão.

VIII

Pois não é que o raio X

No mesmo instante filmou,

Na hora que a deputada

Com sua bolsa passou,

Junto a um bolo de dinheiro,

Maço de cigarro e isqueiro,

Um potente vibrador.

IX

Dimensão avantajada,

Porém não descomunal,

Estava bem enrolado

Num enfeite de natal,

Desejando dia feliz,

Dizendo que este é um País

De porte continental.

X

E, pra surpresa de todos,

Um dia antes do recesso,

Na portaria do Senado,

Reformador do Congresso,

Um vetusto senador

Carregava um vibrador

Com a frase “Ordem e Progresso”.



Miguem Lucena é natural de Princesa Isabel na Paraíba. Atualmente é delegado de polícia em Brasília.

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