quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

OPERAÇÃO MAET DA PF AFASTA TRÊS DESEMBARGADORES NO TOCANTINS


Operação da PF afasta três e envergonha todo o Judiciário tocantinense
O Tocantins amanheceu do avesso com o assombro que tomou conta da população diante da notícia de mais uma operação da Polícia Federal. Desta vez não era apreensão de drogas, nem esquema de obras superfaturadas. Foi um golpe fatal na imagem do Judiciário tocantinense. Processos no CNJ por suspeição de venda de sentenças, desembargadores do Tocantins já respondiam. Mas a Operação Maet que apura suposta corrupção dos que tinham por dever zelar pela Justiça cobre de vergonha todo o Judiciário, ao provocar o afastamento de três desembargadores pelo STJ: entre eles a presidente e seu vice.

Acesso ao TJ foi interditado na manhã desta quintaVergonha. Vergonha. Vergonha. Não há mais o que dizer nas primeiras horas em que vem a tona suspeição de corrupção sobre três dos mais conhecidos desembargadores tocantinenses: a presidente do Tribunal de Justiça, Willamara Leila, seu vice,desembargador Carlos Souza, e nosso velho conhecido, Liberato Póvoa.

Não se trata de julgá-los e condená-los antecipadamente. Se o CNJ fosse mais ágil no julgamento dos processos que tramitam em segredo por suspeita de venda de sentença contra magistrados tocantinenses talvez o estado, nós tocantinenses e especialmente o Judiciário, composto por tanta gente séria, honesta, decente e trabalhadora não estivesse hoje assim tão... envergonhados.

Mandados de “condução coercitiva”, expressão nova que aprendi hoje - significa que o cidadão não foi preso, nem detido, mas conduzido sem chance de se recusar (êh Brasil!) - foram expedidos para magistrados e advogados. Todos reunidos na PF em Palmas, e um em Araguaína para prestar explicações e posteriormente serem liberados.

Escritórios abertos, dinheiro apreendido...

Teve escritório aberto com ajuda de chaveiro, apreensão de documentos e de dinheiro. Coisas que rolam nos bastidores do judiciário há seis meses são alvo da investigação. Nos bastidores a explicação que ouvi é que se trata de um esquema de pagamento de precatórios, fora da ordem e dos critérios estabelecidos por lei.

A coisa toda funciona mais ou menos assim: existe uma lista e alguém tenta passar na frente e receber dinheiro dos cofres públicos, com uma "ajudinha" dentro do judiciário. Ajuda remunerada. Que na tradução popular (me perdoem qualquer equívoco jurídico) pode ser chamado de venda de sentença.

Olha, tomara mesmo que seja tudo isso um grande equívoco da Polícia Federal - essa instituição que vem se tornando uma das poucas confiáveis no ofício de fazer cair os bandidos de colarinho branco em todo País – o envolvimento dos doutos magistrados tocantinenses.

Mas por aqui, um misto de dois sentimentos convivem juntos: o vexame da exposição nacional do Estado misturado à sensação de que se a corrupção tomar conta de um segmento poderoso, ainda existe a quem recorrer para restabelecer a igualdade e o verdadeiro sentido da Justiça.

Que Maet, a deusa Egípcia que deu nome à esta operação dê aos que atuam nela a clareza dos seus olhos abertos. E que no fim a Justiça seja feita para todos.

Fonte: Roberta Tum

2 comentários:

  1. NÃO VAMOS GENERALIZAR. TEM JUÍZES DE BOA CEPA AÍ NESSE ESTADO DE TOCANTINS. DESTACO A DRA ADELINA MARIA GURAK, TITULAR DA PRIMEIRA VARA DA FAZENDA.TIVE A HONRA DE CONHCÊ-LA NO DISTANTE ANO DE 1988.ELA SEMPRE LUTOU CONTRA A CORRUPÇÃO.UMA FIGURA HUMANA INIGUALÁVEL. NUNCA VOU ESQUECER A DRA ADELINA.

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  2. Bom dia
    Realmente de uns tempos para cá o Brasil aos poucos está sendo passsado a limpo. Efetivamente temos admitir a gloriosa Polícia Federal prova porque é tida como das melhores. É só deixar as Polícias fazerem o trabalho, que sai.
    Independência, honradez e trabalho sério é isso !
    De nossa parte, embora não admitamos as Civis, como Polícia Estadual, alguns governadores insistem em querer te-la como POLÍCIA PARTICULAR.
    "QUERER NÃO É PODER" ...
    De minha e de outros abnegados que somos tidos por alguns idiotas como "velhos caindo aos pedaços" ... Velhos sim, mas temos dado conta das missões a nós atribuídas.
    Velhos de profissão (CLASSE ESPECIAL), sim ...
    Mas não "velhacos"...
    O recado está dado aos DELEGAS tidos como novatos, evidentemente os que disseram asneiras.
    E tem mais a LEI 76 (EPC), vai ser cumprida quer queiram, queiram não.
    Para assumir o POSTO DE DIRETOR GERAL, há que ser e será de CLASSE ESPECIAL, nomeado após apresentarmos lista tríplice.
    Mas o comentário pretendido é o da OPERAÇÃO MAET ou OPERAÇÃO VERGONHA no Tocantins.
    Ao que saiba também, Marinho na própria condução coercitiva já está implícito o crime de DESOBEDIÊNCIA. Certo. É prisão mesmo, mas tem que ter peito e a "Federal é especialista nisso", assim como a CIVIL. Não tem "boquinha não" ...
    Ah !
    Tem mais uma, ao invés de ficar com invenções ilegais, porque não providenciam os "tais" a declaração de inconstitucionalidade do artiguinho criado para beneficiar uns apaninguados nas promoções, e mudaram os quesitos ou seja o primeiro: ANTIGUIDADE mudaram para como sendo o primeiro o detentor das vergonhosas medalhas...
    A Lei Maior, a infra-constitucional tem como o ato administrativo seus princípios dentre outros: OFICIALIDADE, PUBLICIDADE, ... MORALIDADE.
    Onde está a moralidade dessa esdrúxula mudança.
    Que vergonha, mais ainda quando questionado, quem de direito confirmou a ilegalidade...
    É como disse o Grande RUI BARBOSA:
    " De tanto ver triunfar ..... De tanto ver ...
    a injustiça ... O Homem... e por aí vai"
    Não completei a assertiva do ilustre Jurista em face do que é por demais conhecida.

    Sergio Barbosa Neto
    Delegado da Ativa
    Por enquanto

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