Preso em Brasília desde a noite de ontem, Nenê Constantino, empresário que é um dos fundadores da companhia aérea Gol, espera que a Justiça analise ainda nesta quinta-feira um habeas corpus pela sua soltura.
Nenê foi preso preventivamente pela segunda vez --a primeira ocorreu em 2009, quando foi detido em São Paulo. O motivo foi o mesmo: ele é acusado pelo Ministério Público de armar e mandar matar um homem envolvido em brigas por terras em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília. O crime ocorreu em 2001.
Marcelo Bessa, advogado do empresário, confirmou que Nenê Constantino passou a noite preso em Brasília e adiantou que vai protocolar na Justiça um pedido de liberdade.
A defesa vai evocar pelos menos dois argumentos: a elevada idade de Nenê, próximo de completar 80 anos, e seu estado de saúde, considerado sensível.
Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, responsável por decretar a prisão do fundador da Gol, hoje serão realizadas audiências de testemunhas do assassinato.
O motivo do crime, de acordo com a Procuradoria, é que a vítima, que morava em uma área invadida ao lado de uma das empresas de Constantino (Viação Planeta), se recusava a deixar o local. "A acusação alega que ele teria sido morto por ordem do empresário", afirma o Tribunal de Justiça.
De acordo com a polícia, Márcio Leonardo de Souza Brito liderava um grupo de 30 famílias que ocupavam o terreno.
Testemunhas relataram ameaças de Constantino aos ocupantes entre 1999 e 2001 e disseram que Brito foi assassinado para facilitar a retirada dos invasores.
Em dezembro de 2008, logo após o indiciamento pela crime em Taguatinga, a polícia voltou a indiciar Nenê Constantino. Desta vez, ele é suspeito de ser o mandante de um outro homicídio e de uma tentativa de assassinato. Constantino nega.
Uol
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