CÁSSIO E A SUA VOTAÇÃO
Quem acompanha a política paraibana, sabe que Cássio Cunha Lima tem numa história de sucesso e que sempre teve muito carisma e votos, pois aos 21 anos já se elegeu deputado federal constituinte, sendo um dos mais jovens da nossa história. Foi ainda diversas vezes prefeito de Campina Grande, derrotando sempre nomes tradicionais da política daquela cidade. Em 2002 na disputa para o governo do Estado, derrotou Roberto Paulino no primeiro e segundo turnos. Já em 2006 foi para a reeleição e novamente repetiu o feito, derrotando no primeiro e segundo turnos o então senador José Maranhão, que contava inclusive com o forte apoio seu então aliado e hoje adversário o prefeito de João Pessoa Ricardo Coutinho. Naquele pleito, depois de sucessivas e desmoralizantes vitórias, foi então acusado de utilizar programas da Fac – Fundação de Ação Comunitária e promover derramamento de cheques para aliciar eleitores e depois de longo e massacrante processo na Justiça teve o seu mandato de governador interrompido ainda na metade, ficando inclusive inelegível por três anos, tendo, portanto cumprido integralmente a pena que lhe foi imposta, com base na legislação então vigente. Agora aberta às urnas domingo passado, eis que Cássio totalmente fora do poder, sem ter em suas mãos uma mísera prefeitura, aparece com mais de um milhão de votos para o Senado, sendo mais votado de que seus poderosos adversários, que contaram com o apoio do governo do Estado e da Prefeitura de Campina Grande. Por tudo que foi dito, logo vem à inevitável pergunta: Quem já provou tantas vezes que é campeão de votos na Paraíba, precisaria utilizar um programa de governo para uma eleição que já vencera três vezes, duas com Roberto Paulino e uma com o próprio Maranhão?
OS CANDIDATOS QUE APOSTAMOS
Em 2008 na campanha municipal, acertamos os nomes de 17 dos atuais vereadores de nossa Capital. No sábado passado sete dias antes do pleito, mais uma vez com o apoio do ex-vereador Camilo Macedo, fizemos um levantamento dos candidatos e de suas bases eleitorais e publicamos aqui os prováveis eleitos para a Câmara Federal e Assembleia. Aberta as urnas verificamos que acertamos para Assembleia Legislativa das 36 cadeiras 25 nomes, mesmo com a votação inesperada de Toinho do Sopão que elegeu mais de um da sua coligação. Já para a Câmara Federal de doze vagas acertamos sete. Naquela oportunidade ainda enfatizamos que as coligações Paraíba Unida II e Paraíba Unida IV, poderiam não atingir o quociente eleitoral exigido, prejudicando candidatos como Simão Almeida, Daniela Ribeiro, Carlos Dunga e outros. Contados os votos, realmente ficou de fora a coligação Paraíba Unida II, tendo a Paraíba Unida, porém com quociente muito baixo elegido apenas Daniela Ribeiro.
ECOS DAS URNAS
Depois da vitória de Ricardo Coutinho que venceu e obrigou à realização do segundo turno, alguns fatos merecem registro: As vitorias de Toinho do Sopão, que ajudou eleger outros de sua coligação; a excelente votação do Major Fábio que em 2006 havia obtido apenas 4 mil votos e agora embora na suplência recebeu 68 mil votos, comprovando que cresceu muito politicamente. Com relação aos demais policiais militares que tentaram um mandato a decepção foi grande, pois o mais votado foi cabo Sérgio Rafael com cerca de 7 mil votos, seguido pelo coronel Kelson com pouco mais de 6 mil votos, vindo em seguida o coronel Lima irmão com cerca de 2 mil votos e os demais índices bem baixos.Outra decepção foi a votação dos descendentes do presidente João Pessoa os candidatos Abelardo Jurema que buscava uma vaga na Câmara Federal e conseguiu pouco mais de 6 mil votos e Fernando Milanez Filho, cujos parentes apostavam - até anunciaram na coluna Status - cerca de 30 mil votos e o rapaz só obteve um terço da votação anunciada. Outros que se deram mal foram os pastores evangélicos, com votações bem medíocres.
ECOS DAS URNAS II
Uma disputa que prometia ser bem acirrada não aconteceu, entre Luiz Couto e Jeová Campos, já que o padre embora perseguido pelo seu próprio partido o PT, respondeu nas urnas com 96 mil votos, deixando Jeová bem distante com pouco mais de 66 mil votos: Outra surpresa foi à derrota de Quinto de Santa Rita, que era considerado pule de dez na disputa, cujo candidato era apontado por todos como dentre os mais votados para a Câmara Federal, o que não aconteceu: Algumas situações chamaram a atenção do eleitorado, a derrota de candidatos que no passado tiveram algum tipo de escaramuça com o então prefeito Ricardo Coutinho, ou seja, deputado federal Armando Abílio, Nadja Palitot, Gilvan Freire, Pedro Medeiros e Francisco Barreto, este último com pouco mais de 900 votos.
ECOS DAS URNAS III
Foram congados ainda nas urnas, políticos conhecidos como Luiz Clerot, Roberto Paulino, Pastor Philermon, Walter Brito Filho e Walter Brito Neto, Julio Rafael, Jader Pimentel, Ariano Fernandes,Expedito Leite, Expedito Pereira, Biu Fernandes, Irãe Lucena, Francisco Quintans, Alvaro Neto, Mikika Leitão, Ricardo Barbosa, Leomar Maia, Benilton Lucena, Robson Dutra, Simão Almeida. Três fiéis mosqueteiros do coletivo Ricardo Coutinho, apesar de bem votados – ficaram de fora: Edvaldo Rosas, Urquiza E Rossana Honorato. Por fim, tivemos ainda alguns nomes e situações bem hilárias: Cabrito, Mário da Cruz e João Epilepsia e ainda 26 candidatos, que não obtiveram um único voto nas urnas, ou seja, eles se esqueceram de sufragar os próprios nomes.
RICARDO VAI PROCESSAR INSTITUTOS DE PESQUISAS
A coligação Uma Nova Paraíba vai entrar com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra os institutos de pesquisa Ibope, Consult e Vox Poppuli, que realizaram consultas públicas para saber as intenções de votos dos paraibanos para o Governo do Estado. O coordenador da campanha de Ricardo Coutinho ao Governo, Nonato Bandeira, disse que houve uma evidente manipulação dos números, de forma sistemática e planejada, para favorecer a candidatura de José Maranhão (PMDB). Todo mundo sabe que o candidato apontado nas pesquisas como favorito, arrebata logo de cara 10% de eleitores, recebe inúmeros apoios e claro, muitas ajudas financeiras para a campanha. Quem garante que Ricardo não teria decidido o jogo caso não existissem essas pesquisas totalmente mentirosas, tanto, que teve institutos que até mesmo no domingo, na pesquisa de boca de urna, ainda davam a vitória de José Maranhão com 7% percentuais. É dose.
NOMES IMPORTANTES FORA DO SENADO
Nomes tradicionais da política brasileira como Marco Maciel (DEM), Tasso Jereissati (PSDB), Heráclito Fortes (DEM), Aloízio Mercadante (PT) e Arthur Virgílio (PSDB), Romeu Tuma, Fátima Cleide (RO), deixarão o Senado a partir de fevereiro de 2011, já que não se reelegeram. No caso de Mercadante, ele disputou o governo de São Paulo e perdeu. Marcos Maciel, por exemplo, foi eleito senador pela primeira vez em 1983 e participou ativamente do processo de redemocratização do país e ocupou cargos importantes nesse período como ministro do governo Sarney e vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por dois mandatos. O Senado também perderá parlamentares importantes da base governista, que deixaram seus mandatos para concorrer a governos estaduais, como Aloízio Mercadante (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC) e Hélio Costa (PMDB-MG).
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
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