quinta-feira, 14 de outubro de 2010

QANDO INTELIGÊNCIA E A MÁ FÉ SE JUNTAM, É O DIABO




W. J. Solha





É tanta a estupidez de quem está veiculando mensagens por todo o estado, servindo-se – para acusar Ricardo Coutinho de satanismo - das esculturas monumentais que ele, como Prefeito de João Pessoa, mandou instalar em várias rotatórias da capital, é tanta a malícia – eu dizia - que nem me passava pela cabeça escrever nada a respeito, Mas... como todo idiota sempre tem quem o siga, e essa conversa imbecil pode ter quem lhe dê ingênuos ouvidos, vão, aqui, alguns esclarecimentos a respeito, já que fui o presidente da comissão de avaliação que escolheu tais obras, a pedido do Município.

Em primeiro lugar informo que foram abertas inscrições para o concurso para a aquisição e instalação dessas peças de arte a todo e qualquer artista paraibano que vivesse dentro ou fora do estado. Para selecioná-las fomos convocados eu, o arquiteto Marco Suassuna, o aquarelista Sóter Carreiro, o pintor Flávio Tavares, tendo Fernanda Svendsen como representante da própria Funjope. Estava lançada, assim, a pioneiríssima iniciativa de, dentro de pouquíssimo tempo, enriquecer o visual de nossa cidade com esculturas monumentais de que era totalmente desprovida. Foi uma surpresa para nós, numa terra sem tradição na área, depararmo-nos, ao abrir os envelopes lacrados, com mais de quarenta e quatro projetos escultóricos, enviados por seus trinta criadores. Julgar sempre foi missão torturante, pois todos nós, da comissão, éramos criadores e sabíamos o quanto dói ter um trabalho rejeitado, e quanto pesa a responsabilidade de – em nome de um administrador – apontar os competidores mais aptos, numa operação de tal porte. Mas é com orgulho que vemos – graças à nossa colaboração - a cidade começar a ganhar criações a que toda a população – toda ela – passou a ter acesso. A iniciativa de Ricardo Coutinho foi de um alcance imenso e espero que se alastre por toda a Paraíba, com ele como seu governador.

Em segundo lugar: o irresponsável que procura tirar do candidato votos de ingênuos (que ele julga ser em maior número do que a realidade mostra), não sabe que Ricardo Coutinho não teve qualquer ingerência na seleção desses trabalhos e, tenho de dizer isso, não gostou de alguns deles. A franqueza é triste, mas aqui tem sua razão de ser, pois o panfleto venenoso enfatizou uma dessas obras, a escultura em aço, na rotatória de Mangabeira, que tem como título “As Bênção de Nossa Senhora das Neves”, de Marco Aurélio Alcântara Damaceno. Caramba, foi justamente a figura de que Ricardo Coutinho menos gostou: “O povo não vai se identificar com isso – ele me disse descontente. – Todo mundo, inclusive eu, preferiria, aí, uma Virgem... realista, com um real menino Jesus nos braços.” Gastei uma boa meia hora falando-lhe da elegância cônica da imagem vazada no aço e que, vista de costas, no que os carros a circundam, culmina com uma minúscula cruz vazada no alto da “cabeça de Maria”, repassando a mensagem a todo o “obelisco” a que parecia se limitar, como se fosse uma capela de Le Corbusier. O homem não se convenceu, mas – é claro – não poderia desmoralizar uma comissão a que prometera total autonomia.

Eu e os outros membros da comissão podemos ter errado uma ou várias vezes na seleção das obras – ninguém é perfeito – mas trabalhamos intensamente para tentar errar o mínimo possível. Ficou-nos, no entanto, a sensação de que contribuímos para que Ricardo Coutinho venha a dar à cidade e ao estado a elevação cultural que merece, em face de seu potencial reconhecidamente enorme. Enquanto isso, os cães ladram nas coleiras e a caravana, soberana, passa.

Um comentário:

  1. Não somos imbecis! É nojento e diabólico a pessoa que passa panfletos anônimos para denegrir o seu adversário. Responderei com 40 na urna próximo dia 31!!!

    ResponderExcluir