sexta-feira, 15 de outubro de 2010
REQUERIMENTO DE UM RONDONIENSE RESIDENTE NOS EUA PARA NÃO VOTAR
REQUERIMENTO DE JUSTIFICATIVA ELEITORAL
EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) JUIZ(A) DA ZONA ELEITORAL 001 WASHINGTON – DC - EUA
Eu, Samuel Sales Saraiva, portador do titulo eleitoral n.º 002162112836 - da Zona nº 001, Seção nº 0462 residente e domiciliado à 3852 Spartan Rd # 64, Onley, MD – 20832 (1-301-906-6322),, filho de Jairo de Freitas Saraiva e Adamar Sales Saraiva, nascido em Porto Velho – RO, venho apresentar a Vossa Excelência, com fulcro na Lei n.º 4.737/65, Art.7º e 367, c/c Resolução TSE n.º 21.538/2003, Art. 80, caput e § 1º, e Resolução TSE nº 23.089/2010, JUSTIFICATIVA DE AUSÊNCIA DE VOTO no 1º turno da Eleição realizada no ano de 2010, pelo(s) motivo(s) que passo a relatar:
Meritíssimo Juiz, assim como o voto, presente justificativa deste eleitor também deverá ser apreciada como uma legitima manifestação da cidadania, conferida pela democracia. Por essa razão solicito de Vossa Excelência a apreciação deste requerimento com o espírito aberto.
Inicialmente gostaria de esclarecer que não torço por nenhum dos candidatos à presidência, nem me permito envolver em debate inócuo sobre o tema, muito menos de servir de instrumento de campanha político-partidária. A meu ver, com o devido respeito, todos foram gerados no seio da corrupção.
Infelizmente o Brasil tem que escolher entre o “menos ruim”, tendo como decisiva a “banquinha de negócios” montada pela ex-“dodô” rotulada de “verde”.
A que ponto Excelência chegou nosso Brasil com um sistema político arcaico e perdulário onde apenas a alternância á observada. Ou seja: O ladrão de hoje será oposição amanhã e alegará que “roubou mais fez”. Da parte dele o que ganha a eleição dará chance a uma leva extraordinária de bandidos para desmontarem o esquema que encontraram e montarem o seu…
Em outras palavras: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".
Com todo respeito, não creio que o espírito das leis compactue com nossa Justiça. A chamada lei “da ficha limpa”, uma reivindicação popular, foi aplicada a conveniência dos tradicionais e conhecidos corruptos, alguns deles, condenados ou com mais de 100 (cem) processos serão diplomados… Governadores, Senadores e Deputados.
A maior parte dos cassados eram “peixes pequenos”. Na esfera superior dos Três Poderes, sem exceção, os corruptos são reverenciados e só vão pra cadeia (raramente), ou são desmascarados em decorrência de alguma briga ou disputa entre facções na disputa pelo poder…
Desnecessário aduzir à presente justificativa a longa lista de crimes praticados, a título de exemplos a “máfia das ambulância”, as compras de apoio políticos (os “mensalões”), e recentemente o balcão de negócios montado na Casa Civil, negociações gravadas onde “boladas” de nossos impostos vão parar na conta de ladrões revestidos de políticos e religiosos de todas as matizes, deixando para a opinião pública a evidência que tudo se repetirá no inicio de uma nova legislatura, de um novo mandato.
Quanto aos eleitores, o pobre povo brasileiro, resta a oportunidade de protestar por mais 04 (quatro) anos enquanto impotentes com o sanha voraz do fisco, esse dragão cujos tentáculos são alimentados pela concepção do “chegou minha vez de me arrumar” e “salve-se quem puder”.
A Lei deveria ser aplicada com equidade, e voto obrigatório deveria ser banido urgentemente, pois cerceamento do direito da livre escolha quanto ao voto fere e agride a democracia. Se o sistema judicial não pode resguardar e proteger o patrimônio publico da lapidação criminosa, não terá legitimidade para punir o contribuinte no seu desejo de não votar. Aliais, a legitimidade de sistemas democráticos avançados se fortalece na confiabilidade que geram e não pela capacidade coercitiva.
Ora, se o cidadão entende que não é palhaço, e sobretudo, que é injusto ser unilateralmente obrigado a cumprir com a Lei enquanto essa, na prática apresenta-se como abstração, tendenciosa, sectária, injusta e elaborada a conveniência das elites que manipulam criminosamente os destinos da nação brasileira, desenhadas para manter perpetuamente de pai pra filho as benesses legitimadas pela estupidez de uma maioria desqualificada e anestesiada que apenas “esperneia” mas não consegue mudar a mentalidade dos homens que se aferram ao poder e muito menos fazerem pagar por seus crimes.
Não acredito seriedade de um país onde as instituições democráticas são inconfiáveis e extravagantemente corruptas. Eu me sentiria ultrajado sendo forçado a avalizar ou legitimar esse sistema, votando.
Por essa razão Excelência requer seja o presente recebido, sendo esse singelo manifesto aceito como justificativa da minha ausência no primeiro turno das eleições de 2010.
Termos em que
Peço deferimento
Washington DC, 15 de outubro de 2010.
Samuel Sales Saraiva.
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