quarta-feira, 20 de outubro de 2010
SOLIDÃO DA MADRUGADA
Solidão da madrugada
A madrugada silente é porto de solidão;
A insônia atormenta, é indesejável companhia,
Arde no peito uma angústia, fenece a alegria,
O único ruído é o da batida forte do coração.
O pensamento voa, buscando, na escuridão
Da noite, erma, interminável, brisa fria,
Algo que faça olvidar tão incômoda agonia,
Um abalo sísmico na alma – inexplicável a razão.
O Sol que, ansioso pelo amanhecer, espero ver no horizonte
Parece esconder-se no infinito, e uma eternidade
É o tempo para vê-lo despontar atrás do monte.
Finalmente ele chega, raios de fumegante intensidade;
A angústia não permite – a emoção em desmonte -
Erguer uma segura ponte do coração à felicidade.
José Virgolino de Alencar
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