terça-feira, 16 de novembro de 2010

DEPOIS DO VENDAVAL




Hugo Caldas

Em verdade vos digo, antes de qualquer coisa, que após a segunda cirurgia e vendo tudo na maior clareza e nitidez, alardeio aos 7 mares que faz-se necessária uma mudança de rumos no conteúdo do Blog. Não tenho mais saco para ficar queimando a mufa com essa politicalha malcheirosa. Eu não mereço e muito menos o país. Me limitarei a postar os costumeiros textos dos vários amigos e colaboradores ou no máximo reproduzir o que encontrar de interesse. Pretendo tratar de coisa mais saudável. Algumas memórias, por exemplo. Não estou me acomodando, nem um pouco, apenas acho que já dei a minha contribuição e desde o mundinho virtual onde me propus exilar, assistirei de camarote o que tenho certeza está por acontecer. Quem viver verá! HC

Agora que o excomungado vendaval eleitoral passou, umas tantas e últimas constatações se fazem necessárias:

1 - Os 44% que votaram com a oposição não votaram só contra a candidata inventada. Votaram principalmente contra o padrinho da dita cuja, Luís Inácio. Portanto, a tão propalada aprovação de 80% é irreal.

Vamos aos números:

2 - Os que não quiseram votar em ninguém somaram 35 milhões.

3 - Votos nulos: 4.658.330............ (4,40%).

4 - Votos em branco: 2.444.375....... (2,31%).

5 - Abstenção: 28.899.290..... (21,44%).

Trocando em miúdos: Dilma, vitoriosa, teve 55 milhões de votos. Serra, derrotado, teve 45 milhões.

Os números acima deveriam ser objeto de consideração de todos os brasileiros e de todos os políticos vitoriosos ou não, porque existe aí, uma clara manifestação. 45 milhões de pessoas demonstraram sua insatisfação. Seja com a política, seja com as instituições, seja com os personagens dessa mesma política. Enfim, 45 milhões de brasileiros disseram não. Praticamente a metade, (44%) não apenas explicitaram preferência à candidatura de José Serra, como também demonstraram uma imensurável negação ao nome de Dilma Rousseff e ao estado de coisas a que chegou o país. No frigir dos ovos é reconfortante saber que ainda temos 45 milhões de pessoas sérias e com o mínimo de juízo e bom senso, que anseiam em ver o Luís Inácio pelas costas. Oito longos anos de cafajestada chega a ser dose pra leão.

No mais, em que pese a larga margem conquistada pela ungida Rousseff sobre José Serra em Estados do Nordeste, a petista venceria o pleito mesmo se os votos da região não fossem computados. O país sofre de uma crise aguda de bestificação. Parece todo mundo anestesiado. Lembra a Alemanha do início dos anos 30. Tarrenego!

O que farão os opositores (será que existem?) daqui por diante no reinado da Dilma? Que tipo de oposição pretendem fazer? Total e radical? Não creio. O Brasil é o país dos conchavos e conchavos ocorrem desde o dia 15 de novembro de 1889 quando se "Proclamou" a República. O dia em que o país entrou numa espiral de desencanto até os dias de hoje. O dia em que o povo "abestado" viu as manobras militares no Campo de Santana pensando assistir a uma parada. Dia nefasto em que ao destronarem o "Magnânimo”, o Brasil, de país respeitado, virou a Casa da Mãe Joana. Até aquele índio cocaleiro, cantou de galo, nos tomou uma refinaria da Petrobrás e ficou o dito pelo não dito.

A "Nomenclatura" que sai e ao mesmo tempo continua é catedrática em desunião, em afastar e cindir as pessoas. Dentre a herança maldita deste desgoverno está a vergonhosa divisão do país. Mando daqui um recadinho àquela desmiolada de São Paulo que recomendou o afogamento em massa de nordestinos, nos moldes nazi-fascistas, um triste arremedo da Solução Final do espiroqueta Adolfo Hitler, ideologia essa que se supunha estar morta e enterrada, mas qual o que, Tia Palmira.

“Olha aqui, ser desprezível, (não lhe darei a glória de ter o nome escrito aqui no Blog) antes de destilar o seu fel contra nós, pense o que quiser, mas principalmente....

Pense no Brasil sem Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Ferreira Gullar, João Câmara, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Severino Araujo, Dominguinhos, Graciliano Ramos, Lêdo Ivo, Augusto dos Anjos, Luís da Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, José Lins do Rêgo, Severino de Andrade Silva (Zé da Luz), Manuel Baptista de Morais (cangaceiro Antonio Silvino), Lampião, Celso Furtado, Assis Chateaubriand, Rachel de Queiroz, Ariano Suassuna, Paulo Pontes.

É bem verdade que nada nem ninguém é perfeito. De vez em quando surgem umas excrescências, então nós, daqui enviamos para Brasília, de onde vão atazanar a vida de 180 milhões de pessoas.

Pense no Brasil sem forró, sem frevo, maracatú, guaiamun com côco, aguardente de cabeça. Um Brasil sem suco de mangaba, talhadas de abacaxi na praia, mamão com mel de abelha, manga espada, sapoti. Bolo de rolo, queijo de manteiga assado com mel de engenho, queijo de coalho, bobó de camarão, carne de sol assada com macaxeira, chega a ser covardia. Tapioca, beiju, rapadura. Bolo Souza Leão, cajus chupados em qualquer lugar, mas com o cuidado necessário para não "botar nódoa na roupa", e castanha assada. Claro que temos também por aqui aquelas bolachonas italianas insípidas que vosmicê adora e chama de pizza. Por outro lado que tal um mar de água azul, quentinha e sol o ano inteiro? Cuidado com o seu "verde paulista!!”

Pense no Brasil sem a alegria, as cores e a beleza do Nordeste. Ah, santa, quer saber? Vai se roçar nas ostras! Isso é falta do que fazer. Chilique de moça velha? Posso dar seu endereço ao Nego Pilão, se lhe apraz. Vê se arranja uma lavagem de roupa e cuida de ser menos cretina, ó debiloide da pátria. Quer um conselho? Melhor passar pelo menos duas décadas sem vir por aqui, cuidando dos seus neurônios. Todos os dois.

E, por fim mas não menos importante, lembre-se de incluir nos "afogamentos" os estados do Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins e Minas Gerais. Aécio incluso.

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