comandante geral da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, determinou, na noite desta sexta-feira (23), a prisão administrativa dos policiais que abordaram o carro que atropelou Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho da atriz Cissa Guimarães, na terça-feira (20), no Túnel Acústico da Gávea, na Zona Sul.
Em nota oficial, a Polícia Militar informou que o comandante já ordenou que a corregedoria da corporação peça à Justiça Militar a decretação da prisão preventiva dos dois policiais que atuam no 23º BPM (Leblon) para que eles possam ser removidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP).
Ainda de acordo com a PM, a Corregedoria da Polícia Militar recebeu da Polícia Civil no fim da tarde desta sexta-feira uma cópia do depoimento dado por Roberto Bussamra, pai do jovem que admitiu ter atropelado Rafael Mascarenhas. O comandante geral da PM determinou a prisão após tomar conhecimento das declarações.
A Polícia Militar informou que os dois policiais serão mantidos presos no batalhão por 72 horas, ou até que a Justiça decrete a prisão preventiva dos dois. Ainda de acordo com a PM, será aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso. Os dois policiais passarão por um conselho de disciplina e deverão ser expulsos da corporação.
PMs pediram R$10 mil, diz pai de atropelador
Em depoimento nesta sexta-feira (23), Roberto Bussamra disse que os policiais que liberaram seu filho pediram R$ 10 mil em propina. O depoimento durou seis horas. Ele contou, ainda, que após a abordagem policial, o grupo parou em um posto de gasolina na Gávea.
Ele foi chamado ao local. Os PMs exigiram R$ 10 mil para liberar os rapazes que atropelaram Rafael. Como não tinha o dinheiro na hora, Roberto Bussamra combinou de pagar a quantia na manhã seguinte, na Praça Mauá, no Centro do Rio de Janeiro.
Ao se encontrar com os policiais, ele inicalmente pagou mil reais. Mas durante o acerto recebeu um telefonema da mulher. Ela contou que a vítima do atropelamento era filho da atriz Cissa Guimarães - e que e ele havia morrido. Roberto passou mal ao receber a notícia e foi retirado do carro por um dos filhos - enquanto os policiais arrancavam com o dinheiro da propina.
O dono da oficina para onde foi levado o Siena preto do jovem após o acidente diz que por volta de 4h30 o automóvel chegou de reboque. O pai e o irmão do motorista esperaram até 8h, quando a oficina abriu. O lanterneiro disse o pai do jovem pediu pressa no conserto porque precisava trabalhar com o carro.
Em três horas de conserto, o carro chegou a ser desmontado mas não houve tempo para que as peças danificadas fossem trocadas. O dono da oficina contou que, durante o serviço, recebeu um telefonema do pai do atropelador exigindo que parasse com urgência e que depois ele entenderia o porquê e que a perícia buscaria o veículo. O mecânico disse que teria visto vestígios de pele no carro. Depois de ter parado o trabalho, ele ouviu sobre o acidente no noticiário.
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