quinta-feira, 30 de setembro de 2010

REAL MOEDA FICHA LIMPA


REAL MOEDA FICHA LIMPA!


Escreveu Carlos Fernando Priess (*)



Basta navegar um pouco em nosso passado para entender o nosso fortalecimento monetário. Há menos de uma década, o dólar estava em assustadora disparada, tendo alcançado o valor de R$ 4 por causa dos temores de empresários e investidores estrangeiros com a eleição de um ex-metalúrgico para presidente da República.



O chamado risco-país foi para as nuvens, mas, o diabo não era tão feio, o País manteve a estabilidade conquistada com o Plano Real e deslanchou. Não só superou a crise global de 2008 como virou credor do Fundo Monetário Internacional (FMI).



Incrível pensar que hoje somos credores do tão criticado FMI. Estamos, a poucos dias das novas eleições gerais, o Brasil atrai mais dinheiro do Exterior, os capitalistas locais compram empresas lá fora e o câmbio contraria a lei da gravidade dos escândalos políticos.



Nem mesmo a demissão da Ministra Erenice Guerra, tida até então, como a mais forte do governo, fez o dólar subir, pois caiu durante todo o dia e fechou estável. Nada parece abalar o humor favorável dos estrangeiros com o Brasil. O risco do País virou oportunidade e a enxurrada de dólares continua.


Com o real em alta, precisamos reconhecer que os benefícios do dólar barato espalham-se pela economia, permitindo uma inflação mais baixa, maior poder de compra dos consumidores no mercado interno, e uma visível atração de investimentos e expansão das multinacionais brasileiras em outros países.


Como nos informa o economista Nathan Blanche, sócio da consultoria Tendências, “os fundamentos da economia justificam o nível atual do real, importante no processo de ajuste da inflação à meta”.


Informando ainda o importante consultor que “a cotação do dólar, pressionada por uma desvalorização global, voltou a cair diante do real. Mais uma vez, os operadores do BC compraram alguns milhões de dólares do mercado para suavizar a tendência de queda da moeda americana. Pela décima sessão consecutiva, o dólar derreteu e fechou um pouco acima de R$ 1,70, o menor nível dos últimos dez meses.”

Importante registrar igualmente que solidez do real, permitiu ao Brasil, fechar vários e importantes negócios que foram acertados dentro e fora do País. O empresário André Gerdau acertou os últimos detalhes para a compra da siderúrgica Tamco, nos Estados Unidos, por US$ 165 milhões; o presidente da Lupatech, Nestor Perini, autorizou a aquisição de 7% da espanhola Vicinay Marine, por E 12,5 milhões; e o subsecretário de dívida pública do Tesouro, Paulo Valle, bateu o martelo numa captação externa de US$ 550 milhões, pagando a investidores americanos, europeus e asiáticos uma taxa de retorno de 5,2% ao ano, a menor da história para um papel do governo brasileiro.

Todo esse fortalecimento do real demonstra e nos leva a uma conclusão importante, de que o Brasil mudou para melhor nos últimos anos e isso está se refletindo diretamente em nossa moeda e que devemos agradecer pelo real forte.



Em 2010, as entradas superam as saídas de divisas em mais de US$ 5 bilhões. Somente com a mega-capitalização da Petrobras, que está em curso na bolsa, mais US$ 20 bilhões estão a caminho. O governo espera investimentos diretos estrangeiros de US$ 38 bilhões este ano. Tudo isso pressiona a cotação do dólar para baixo, pois no último trimestre já é de quase 5% levando o Planalto a montar um plano de guerra para amenizar a pressão cambial.



A grande e importante realidade é que nosso país tem hoje uma moeda ficha limpa, necessitando tão somente estender os benefícios a todas as camadas da população brasileira, para eliminar de vez com o flagelo da miséria e das injustiças sociais.



(*) Advogado/Economista – carlos@priess.com.br

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