sábado, 28 de agosto de 2010

RESTAURANTE DE CARNE HUMANA


A Polícia Federal de Rondônia investiga a existência de um suposto restaurante que serviria carne humana e virou notícia ontem na Europa depois que o jornal inglês The Guardian, a revista semanal alemã Der Spiegel e a agência EFE noticiaram a abertura de uma filial em Berlim. Chamado de Flimé, ele ficaria a 5 quilômetros de Guajará-Mirim e a 320 de Porto Velho.

"Isso não passa de uma piada de muito mau gosto. Estamos levantando as informações necessárias para tomar medidas judiciais cabíveis", afirmou Julio Mitsuo Fujiki, delegado da Polícia Federal de Guajará-Mirim.

Chefe de gabinete da prefeitura da cidade, Décio Keher Marques disse ao Estado que o lugar descrito "não existe".

No fim da tarde de ontem, o prefeito Atalibio José Pegorini comunicou, por meio de nota oficial, desconhecer a existência de um estabelecimento desse tipo "que fira os bons costumes e as legislações municipal, estadual e federal". Segundo a nota, uma comissão de investigação foi montada e o município cobrará judicialmente os danos causados à imagem da cidade. "Já acionamos a Polícia Federal e a Interpol", afirmou Marques.

O restaurante teria como inspiração gastronômica o hábito antropofágico dos índios Wari. E serviria carne humana proveniente de doações. O suposto dono se identifica como Eduardo Amado.

No site do restaurante - hospedado na Inglaterra e escrito em português de Portugal -, há um cadastro para quem quiser "associar-se".

Após responder a perguntas do tipo "é fumante?", há a seguinte observação: "Os membros associados do Flimé concordam em doar para o Flimé qualquer parte de seu corpo, que será determinada pelo próprio associado. O Flimé assumirá apenas os custos hospitalares."



Entre as opções de pratos, o cardápio do restaurante Flimé, com matriz em Guajará-Mirim, Rondônia, sugere carne humana. A casa vem causando polêmica, após anunciar que vai abrir filial em Berlim, capital da Alemanha. Em entrevista no site youtube, o proprietário diz que os freqüentadores saem satisfeitos com o sabor e que o restaurante deve ser visto como outro qualquer. Para inauguração na Europa, o Flimé disponibiliza, no site, um cadastro para que os clientes possam oferecer partes do próprio corpo.


A notícia, que foi publicada nesta quinta pelo jornal Folha.com, deixou os rondonienses aterrorizados. O restaurante Flimé justifica que se alimentar de carne humana é comum na selva amazônica, por se tratar da cultura indígena Wari, que pratica o canibalismo. De acordo com Wari, comer é um ato espiritual com o qual ganhamos a mente e a força da criatura comida. O Folha disse, na matéria, que tentou contato com o proprietário em Rondônia, mas não obteve respostas.


Na página na Internt, os clientes respondem a um questionários sobre hábitos médicos e de saúde, como fumo, consumo de bebidas alcoólicas e frequência de atividade física. Tudo para garantir que a carne esteja “própria para o consumo”. Os clientes ainda têm de concordar, conforme a norma do Flimé, em doar para ao restaurante qualquer parte de seu corpo, que será determinada pelo próprio associado. [...] A finalidade do uso da parte doada é de livre escolha da casa.


O Estado de S.Paulo

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