Quem não morre, velho fica.
Ë a lei do criador
Dê graças a Deus, doutor.
Se a velhice lhe caustica
Ficar velho é uma arte
Daquele que ali chegou
Por tudo quer já passou
Da vida é um baluarte
Meu medo de ficar velho
É ser um velho ridículo
Daqueles com dor no joelho
Morar sozinho, num cubículo.
Dizer que é bem dotado
E ter que andar com cuidado
Pra não pisar nos testículos
Metido a conquistador
Atleta bom, garanhão.
Rico, solteiro, doutor.
Importante, fanfarrão.
E embaixo do cobertor
Ser um velho roncador
Sujo, safado e peidao
O povo gritar na rua
Oh velho mala sem alça
E ele atrás de mulé nua
Dançarino, pe de valsa.
De tudo, ele é professor.
Mas não diz quem lhe ensinou
Mijar nas pernas das calcas
Cagar não limpar a bunda
Mijar e ficar molhado
A cueca suja, imunda.
Os ovos la pendurado
E ainda ter a sorte
Do pau servir de transporte
Pro mijo que ta guardado
Viver so fazendo hipótese
Dizendo ser maioral
No corpo todo tem prótese
Nos dentes, no femural
Uma prótese no nariz
E ainda ser feliz
Se botar uma no pau
Usar aquela bengala
De quem já não gala bem
Antes galou muita gente
Hoje não gala ninguém
Mesmo querendo galar
Procura gala e não tem
Zé Limeira foi preciso
Menino e véi têm juízo
Pra se comprar com vintém
De tudo que ruim nessa vida
Com o véi tem comparação
Quem gosta é fundo de rede
Panela sem ter pressão
Vovo, coroa, morgado
Transportador de cunhao
E ainda vem um desgraçado
Lhe chamando de safado
Corno, bandido e ladrão
vavadaluz, nascido na cidade de Ingá do Bacamarte na Paraíba é consagrado poeta popular.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
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