sábado, 7 de agosto de 2010

AOS PETRALHAS

Poema paródia, inspirado no soneto de Basílio da Gama (Ao Marquês de Pombal).

Brasílio da Lama(+)

Não temas, não, lulada, que o povo justo

De teus desserviços jamais esquecido,

Pelos gritos de revolta enfurecido

Arranque daqui teu horrendo busto.



Tua triste figura nos causa susto,

Serás estátua de bronze derretido;

Em lama, sim, será insculpido

Teu nome que deu, a nosso país, alto custo.



Brasília impaciente, o povo irado,

Vem tolerando há muito essa incultura,

Num sistema corrompido, impropinado.


A troupe deslumbrada acha-se segura,

O ganho afanado, mas bem guardado:

Eis aqui, dos petralhas, a cópia pura.


(+)Heterônimo de José Virgolino de Alencar

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